Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Assim dizia a novena
Que meus ouvidos ouvia
Intercalando um bendito
Com leituras do meu ser
Tirei do dito o não-dito
Fiz a reza estremecer
Acordei fiz um cordel
Tatuando num papel
Um romance pererê
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Assim dizia a novena
Que meus ouvidos ouvia
Fui montando minha peça
Pra Orlando encabeçar
Vai trazer prazer à beça
Pro povo do Ceará
Não tem príncipe encantado
Nem cawboy gay potentado
Mas tem beata a gozar
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
(Se este não é seu lema
Não se perca no dilema
Vá pra outra frequesia)
Maria amando Helena?
Helena amando Maria?
Numa casinha pequena?
No pingo do meio-dia?
Maria amando Helena?
Helena amando Maria?
Quem as imaginaria?
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
(Ajeite logo a antena
Não posso perder a cena
Grita Dona Maresia)
Maria, amada de Helena
Helena, amor de Maria
Veja que belo poema
Cheio de luz e magia
Inspira-me este tema
Quero levar pro cinema
De arte da cercania
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
(Tragam-me uma algema
Eis o meu estratagema
Pra cuspir na burguesia)
Maria e sua Helena
Nasceram neste lugar
Na Baixa da Siriema
Perto do Rio Quicuncá
Os mais velhos dizem delas:
“São duas moças donzelas,
Fale quem quiser falar”
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
(Tire do ovo a gema
Bote na clara um trema
Arribe, vá pra Bahia)
Maria é meio calada
Vive da agricultura
Helena tange a boiada
E também faz escultura
As duas são benzedeiras
Nordestinas, brasileiras
Força, fé e formosura
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
(Ufa, cadê meu esquema?
Tô perdendo a energia)
Maria que é (de) Helena
Helena que é (de) Maria
Ninguém aqui as condena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Assim dizia a novena
Que meus ouvidos ouvia
Intercalando um bendito
Com leituras do meu ser
Tirei do dito o não-dito
Fiz a reza estremecer
Acordei fiz um cordel
Tatuando num papel
Um romance pererê
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Assim dizia a novena
Que meus ouvidos ouvia
Fui montando minha peça
Pra Orlando encabeçar
Vai trazer prazer à beça
Pro povo do Ceará
Não tem príncipe encantado
Nem cawboy gay potentado
Mas tem beata a gozar
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
(Se este não é seu lema
Não se perca no dilema
Vá pra outra frequesia)
Maria amando Helena?
Helena amando Maria?
Numa casinha pequena?
No pingo do meio-dia?
Maria amando Helena?
Helena amando Maria?
Quem as imaginaria?
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
(Ajeite logo a antena
Não posso perder a cena
Grita Dona Maresia)
Maria, amada de Helena
Helena, amor de Maria
Veja que belo poema
Cheio de luz e magia
Inspira-me este tema
Quero levar pro cinema
De arte da cercania
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
(Tragam-me uma algema
Eis o meu estratagema
Pra cuspir na burguesia)
Maria e sua Helena
Nasceram neste lugar
Na Baixa da Siriema
Perto do Rio Quicuncá
Os mais velhos dizem delas:
“São duas moças donzelas,
Fale quem quiser falar”
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
(Tire do ovo a gema
Bote na clara um trema
Arribe, vá pra Bahia)
Maria é meio calada
Vive da agricultura
Helena tange a boiada
E também faz escultura
As duas são benzedeiras
Nordestinas, brasileiras
Força, fé e formosura
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
(Ufa, cadê meu esquema?
Tô perdendo a energia)
Maria que é (de) Helena
Helena que é (de) Maria
Ninguém aqui as condena
-assim falou minha tia -
“Uma é fulô de açucena
A outra, bela morena”
As duas têm empatia
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
(Pegue logo o castiçal
Uma vela não faz mal
Para afastar heresia)
Helena ajuda Maria
No seu plantio de feijão
A ela faz companhia
Nalguma renovação
Só andam emparelhadas
Nas noites enluaradas
Deste querido torrão
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
(Eu nunca mais vi Moema
Trepada numa jurema
Querendo dá agonia)
Maria que é devota
Do Padim Ciço Romão
Um dia já foi cambota
Conforme a explicação
Sua mãe fez um pedido
E sendo ele atendido
A graça se fez, então
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Assim dizia a novena
Que meus ouvidos ouvia
Com suas pernas perfeitas
Maria vive a orar
Anda sempre satisfeita
Todo ano a jejuar
Nos dias vinte do mês
Tira o vestido xadrez
Põe preto no seu lugar
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Assim dizia a novena
Que meus ouvidos ouvia
Helena que aprecia
As festas de apartação
Sempre leva a “novia”
Lá para a Exposição
Lembra com voz embargada
De quando montou Pintada
Numa noite de São João
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Não é Mundo de Sofia
Nem é novela chilena
É romance sub-urbano
Latino-americano
Folk-love em quarentena
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Assim dizia a novena
Que meus ouvidos ouvia
Maria vive pra Helena
Helena só pra Maria
Maria diz “ô Helena”
Helena diz “oi Maria”
“Vem aqui de junto d’eu
Presente que Deus me deu
Minha bela estrela guia”
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Assim dizia a novena
Que meus ouvidos ouvia
Helena diz a Maria:
“Tu é que nem vaga-lume
Por onde anda alumia
Do piso inté o cume
Tu só me dá alegria
Por ti mil vez eu faria
A Antõe Cruize ciúme”
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Assim dizia a novena
Que meus ouvidos ouvia
As duas levam a vida
Agradecidas demais
Quando não estão na lida
Estão celebrando a paz
Já diz o velho ditado
“o que é bom ta guardado”
Só as entende quem faz.
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Assim dizia a novena
Que meus ouvidos ouvia
Sei que Maria é Helena
E que Helena é Maria
E se Maria ama Helena
Também Helena a Maria
Mais uma vez a novena
E tudo se concatena
Pão nosso de cada dia!
“Uma é fulô de açucena
A outra, bela morena”
As duas têm empatia
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
(Pegue logo o castiçal
Uma vela não faz mal
Para afastar heresia)
Helena ajuda Maria
No seu plantio de feijão
A ela faz companhia
Nalguma renovação
Só andam emparelhadas
Nas noites enluaradas
Deste querido torrão
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
(Eu nunca mais vi Moema
Trepada numa jurema
Querendo dá agonia)
Maria que é devota
Do Padim Ciço Romão
Um dia já foi cambota
Conforme a explicação
Sua mãe fez um pedido
E sendo ele atendido
A graça se fez, então
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Assim dizia a novena
Que meus ouvidos ouvia
Com suas pernas perfeitas
Maria vive a orar
Anda sempre satisfeita
Todo ano a jejuar
Nos dias vinte do mês
Tira o vestido xadrez
Põe preto no seu lugar
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Assim dizia a novena
Que meus ouvidos ouvia
Helena que aprecia
As festas de apartação
Sempre leva a “novia”
Lá para a Exposição
Lembra com voz embargada
De quando montou Pintada
Numa noite de São João
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Não é Mundo de Sofia
Nem é novela chilena
É romance sub-urbano
Latino-americano
Folk-love em quarentena
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Assim dizia a novena
Que meus ouvidos ouvia
Maria vive pra Helena
Helena só pra Maria
Maria diz “ô Helena”
Helena diz “oi Maria”
“Vem aqui de junto d’eu
Presente que Deus me deu
Minha bela estrela guia”
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Assim dizia a novena
Que meus ouvidos ouvia
Helena diz a Maria:
“Tu é que nem vaga-lume
Por onde anda alumia
Do piso inté o cume
Tu só me dá alegria
Por ti mil vez eu faria
A Antõe Cruize ciúme”
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Assim dizia a novena
Que meus ouvidos ouvia
As duas levam a vida
Agradecidas demais
Quando não estão na lida
Estão celebrando a paz
Já diz o velho ditado
“o que é bom ta guardado”
Só as entende quem faz.
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Helena ama Maria
Maria ama Helena
Assim dizia a novena
Que meus ouvidos ouvia
Sei que Maria é Helena
E que Helena é Maria
E se Maria ama Helena
Também Helena a Maria
Mais uma vez a novena
E tudo se concatena
Pão nosso de cada dia!
Sale Maria
ResponderExcluirSempre instigadora e poética...
até o pingo do meio dia encontra espaço em teus devanios..
Achei o blog lindo!
Por que tu és assim sempre inquietante??????!!!!
Saudade...
Marcinha
SAlete, achei bem legal o blog.
ResponderExcluirE inspirador.
Parabéns.
Beijo.
amém :-)
ResponderExcluirte linkei lá no meu blog.
ResponderExcluiradorei os cordéis!
Bendita seja Salete que também é Maria para falar do amor das Helenas e das Marias.
ResponderExcluirAleluia!
Parabéns pelos seus trabalhos!
Grande Beijo.
Obrigada amigas pelo carinho...
ResponderExcluirMaria estes teus versos/
ResponderExcluirÉ bem gostoso de ler/
Enfocando todos temas/
e os modos de cada ser/
Temas de apologia/
Sua mente faz magia/
E faz o dordel crescer./
//Anizio