Erivan partiu tão cedo
Seguiu em busca de paz
Cada um tem seu enredo
E só Deus sabe o que faz
Fica a lembrança do olhar
Do jeitinho de falar
Que não se apaga jamais
Não julgar, não condenar
Apenas compreender
Ou ao menos respeitar
Pois ele estava a sofrer
E decidiu se ausentar
Pra junto de Deus ficar
No primeiro entardecer
Dum primeiro de janeiro
De dois mil e vinte um
Seu suspiro derradeiro
Se deu de modo incomum
Sozinho dentro de casa
Quem sabe a mente em brasa
Não via futuro algum
Deixou essa vida dura
Pra viajar sem retorno
Aqui não cabe censura
E nem palavra de adorno
Oremos pelo descanso
Daquele coração manso
Mas que jamais era morno
Que Deus acolha a alma
E lhe conceda perdão
Que a viagem seja calma
E o gesto não seja vão
Que encontre o refrigério
Que um anjo de corpo etéreo
Pra ele estenda a mão
Que siga para as estrelas
Coberto em manto de luz
E que a família possa vê-las
Em formato de capuz
Da jaqueta que ele usava
Quando a moto pilotava
Após comer um cuscuz
Que siga a nova jornada
Para a eternidade
E lá na nova morada
Encontre amor e bondade
De pai, mãe e avós
E de lá ore por nós
Que choramos de saudade!
Que Deus o receba de braços abertos e aos que ficam, que encontrem conforto e paz nesse momento tão delicado.
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