sexta-feira, 24 de abril de 2020

RUPTURAS POLITICAS


Sérgio moro disse tchau
Ao governo Bolsonaro
Marina já fez igual
Por um motivo bem claro
Em pleno governo Lula
Demitiu-se sem firula
Quando se viu sem amparo 

Ambos saíram na hora 
Que não suportaram mais
E muita gente ignora
O que ficou para trás 
Mas polícia federal
E agenda ambiental
Não servem pra capataz 

Se não há autonomia
Não dá para trabalhar
E se o cargo de chefia
É só para enfeitar
Melhor é dizer adeus
Do que babar semideus
Que não sabe respeitar 

Marina travou batalhas
E foi sendo isolada
Moro percebeu as falhas 
E a dimensão da jogada
Ambos provaram do fel 
Do castelo de babel 
Cuja torre está queimada

Ela disse em aviso:
"Posso perder a cabeça
Mas não perco o juízo"
Moro teme que aconteça
Algo que o desmoralize
Macule ou paralise 
E sua história pereça 

Nem herói nem heroína
Apenas seres políticos
Fazendo sua faxina
E se tornando mais críticos
De líderes ambivalentes
Vaidosos, indecentes
De espíritos raquíticos 

Contra licenciamentos
De usinas capitalistas
Marina com seus tormentos
Teve que sair da pista
Pro transgênico passar
E o governo articular
Alianças com golpistas

Contra as interferências
No trabalho da polícia 
Moro impôs resistência
E rompeu com a milícia
Que comanda o Brasil 
E delatou o ser vil 
Em entrevista propícia 

Se eram do mesmo grupo
De onde se exoneraram
Disso já não me ocupo 
Pois importa o que narraram
Marina muito cresceu
E Moro estremeceu 
Projetos que se armaram

São estas separações
Que abrem novos caminhos
Fraturam as convenções
Acordos e pergaminhos
Alianças de poder 
Que podem estremecer
Dentro e fora dos ninhos

Marina expôs ao mundo
A política do PT
Que de fato lá no fundo
Não queria resolver
A questão ambiental 
Pois mirava o capital 
Pra depois se reeleger

Que Sérgio Moro exponha
A sanha bolsonarista 
E que exiba a vergonha  
Do tal projeto fascista 
Que precisa ser barrado
Detido, desmantelado 
Sem ato intervencionista

Que seja mais uma voz
Em prol da democracia
Sabendo que cabe a nós
Defendê-la noite e dia
Pois ao povo brasileiro
Sem culto a artilheiro
Pertence a ousadia 

Que a Constituição
Sirva de norteamento 
Que o pacto não seja vão
E a lei seja o fermento 
Que faz crescer um país
Que hoje está por um triz
Ante tanto sofrimento 

Que o Brasil se liberte
De político sangue-suga
E que o povo desperte
De tudo que o subjuga
Sem mito, rei ou guru
E que a marcha cafuçu 
Cave a rota de fuga!

Salete Maria
Cidade do México, 24/04/2020

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