Mais uma vez reunidas
Samira, Tonha e Francisca
-já de todos conhecidas-
Seguem a Carta à risca
Tonha pergunta intrigada:
Já podemos dar risada
Sem virarmos boa bisca?
Francisca diz assustada:
Eu penso que ainda não
Mas Samira apressada
Faz uma observação
Dizendo: nobres colegas
Quem sabe interpretar regras
Não teme bicho papão
Lembremos que o debate
Envolve um tema atual
Pois se trata do arremate
Da tal Lei Eleitoral
Que em plena democracia
Constrange a sabedoria
Do humor-vida-real
Restringindo a liberdade
De imprensa e de expressão
Causando iniquidade
A quem quer informação
Ressuscitando a censura
Enclausurando a cultura
Abortando a criação
Eis o que dizem da lei
Nove cinco zero quatro
Amiúde examinei
E digo que é, de fato,
Contra a Constituição
Os incisos em questão
Que causam espalhafato
E nós, como personagens
Do grupo S.T.F
(Samira, Tonha e Francisca)
-trabalhadoras sem chefe-
Temos que analisar
Decompondo até sangrar
Como Jack, o margarefe
Perquirindo ponto a ponto
Da insensatez da norma
Realizando o confronto
Entre conteúdo e forma
Havemos de afastar
O que pode atrapalhar
O que a jurisdiction informa
É isso mermo, muié
-sustenta Tonha, altiva-
Vamo metê a cuié
E liberá a saliva
Dá vez a opinião
E voz a escuiambação
Pois elas também tão viva
E o povo munto que aprende
Com uma boa piada
As vêiz a gente intende
Mais do que coisa ixpricada
E de séria, basta a vida
Explorada e oprimida
Curta e violentada
Além do mais já sabemo
Como são os procedê
Cum Ficha Limpa aprendemo
Ligêro dá parecê
Portanto eu merma insisto
Vamo dá um veredito
Pro Brasil rir a valê
Tu tens razão, companheira
-fala Francisca, sem medo-
E eu como jornaleira
Vou te contar um segredo:
O povo busca nas bancas
O que ficou na retranca
Das falas fora do enredo
Se o rádio e a tevê
Não podem falar de tudo
Só para não ofender
O político carrancudo
Então a lei o protege
E quando ele se elege
Dá um golpe bem graúdo
Por isso é importante
Em período eleitoral
Não permitir que o gigante
-que por lei é maioral-
Deixe calada a imprensa
Pois o ficha suja pensa
Que o riso sempre faz mal
Oxente! - exclama Toinha -
Mais nóiz temos que aguentá
Um monte de ladainha
E a ruma de blablablá
No horário eleitoral
E ninguém diz que faz mal
Nem tem lei pra impatá
E é cada piada horrive
Que num tem graça ninhuma
Tem uma que deusalive
A muié só faiz as zunha
Pra mode podê robá
E as mão limpa mostrá
Mais esta é só mais uma
E tombém tem um cumpade
Que já faz ano que mente
Anda abraçado c'os pade
E as véia tudo sem dente
Bejando minino pobe
Mais iscondendo seus lobi
Com otros tipo de gente
Purisso que eu prefiro
As piadas dos artista
Pruque com eles eu miro
Que todo riso dá pista
Do que tá acontecendo
E eu vô me convencendo
Do q'eu vô tirá da lista
Tombém num vejo pobrema
Nem mermo homilhação
Pois ridíclo é os esquema
Robalhêra e mensalão
Corrupição e ingodo
E toda a lama e o lodo
Que sai dessa podridão
Entendo sua revolta
-afirma Chica, serena-
Mas olhe a sua volta
Nem tudo é horror e pena
Um povo bem informado
Consciente e educado
Pode mudar o sistema
Ademais informação
Sem censura e sem corte
Já virou foi tradição
Em Juazeiro do Norte
Onde um Presidente coxo
Gritou: “tenho aquilo roxo”
E a imprensa pegou foi forte!
Daqueles tempos pra cá
- e essa é pra gente rir -
Juazeiro ''é o lugar''
Bom pra imprensa agir
Ali ninguém sofre nada
Nem sequestro, nem porrada
Nada disso tem ali
Toinha mangando diz:
Tô com tu e num arreganho
Pogrido como aprendiz
E nada mais eu estranho
Eu quero é fazê Justiça
Sem precisar da puliça
Batendo no meu rebanho
Francisca por sua vez
Sustenta com parcimônia:
Confesso só pra vocês
Que essa lei me envergonha
Eu adoro o CQC!
Amo o Pânico na TV!
Casseta e a Zorra medonha!
Então colegas, julguemos
-fala Samira, encantada-
E duma vez extirpemos
Esta regrinha enfezada
Concedamos liminar:
“Deixe o humor trabalhar”
E vamos dar gargalhadas
Tá feito, tá decidido
-declara Francisca então-
Os incisos estão falidos
(Viva a Constituição!)
É ''interpretação conforme''
Mando um abraço enorme
Pra Gentili e o Malandrão
Um beijo pra Hélio Peña
Cláudio, Marcelo e Mazzeo
Lúcio Mauro, quer 'vim' venha
Sabrina Sato - ih, fudeu!
Tiririca e Batoré
Pro blog ''o Caboré”
E o Cordelirando meu
Alô pra Tom Cavalcante
Chico Anísio e Jô Soares
E pra marinha mercante
-desbravadora de mares-
Peço bênção a Mussum
-eu também sou de Oxum-
E ando por outros ares
Saudação a Zacarias
Costinha e Macalé
Deus me dê muita alegria
Me fortaleça na fé
Que venha o carnaval
Que é constitucional
E exige samba no pé
E pra todos humoristas
Cartunistas e atores
Desenhistas e chargistas
Satiristas, gozadores
Palhaços e cordelistas
Bêbados e equilibristas
Vambora rir sem temores
E se vier candidato
Se sentindo ofendido
Querendo pagar o pato
-nosso prato preferido!-
Vamos dizer bem assim:
Cambada de gente ruim,
Nem Jesus foi protegido!
Afinal foi a ABERT
-diz Francisca incisiva-
Que pra não deixar inerte
E nem tão pouco à deriva
Retirou da pasmaceira
A Justiça brasileira
Propondo ação assertiva
Impetraram uma ADIN
-fala Samira agora -
Objetivando assim
Mandar a censura embora
E nós unanimemente
De maneira convincente
Decidimos sem demora
Eu, Tonha e Francisquinha
Agimos com rapidez
Era o que nos convinha
Pois chega o último mês
Da campanha eleitoral
Que só na reta final
Terá humor pro freguês
Tanto nossa liminar
Como a decisão final
Tenderá a resguardar
A lei constitucional
Que enquanto Lei Maior
-como disse minha avó-
Mata a cobra e mostra o pau
Calma, calma companheira
-diz Francisca intrometida-
Quero ser a mensageira
Da parte que não foi lida
Pois julgo interessante
Fazer súmula vinculante
Pois segue quem ama a vida:
Todo estudante e ministro
Desta igreja universal
-vão dizer: isto é sinistro!,
(quem manda vestir igual?)-
Deve rir um bocadinho
Nem que seja do povinho
Que faz cordel quebra-pau
Deve aprender que o povo
Também entende de lei
Não digo nada de novo
Porém que saiba o rei
Que precisamos de humor
De paz, saúde e amor
Mesmo sem ter happy day
Assim é a decisão
Publique-se no jornal
Humor traz outra visão
Pra formação cultural
Da plena cidadania
Que com certeza amplia
Nosso papel social
Samira diz, minha amiga
Agora chegou ao fim
Não busquemos mais intriga
Senão vai sobrar pra mim
Quero só mandar abraços
Fortalecendo meus laços
Com meus anjos querubins:
Saúdo os meus alunos
Amados do coração
Meus devotados insumos
Humanos de estimação
Carlos, Celso e Gilmar
Ellen, José e Cesar
Samira, Tonha e Francisca
-já de todos conhecidas-
Seguem a Carta à risca
Tonha pergunta intrigada:
Já podemos dar risada
Sem virarmos boa bisca?
Francisca diz assustada:
Eu penso que ainda não
Mas Samira apressada
Faz uma observação
Dizendo: nobres colegas
Quem sabe interpretar regras
Não teme bicho papão
Lembremos que o debate
Envolve um tema atual
Pois se trata do arremate
Da tal Lei Eleitoral
Que em plena democracia
Constrange a sabedoria
Do humor-vida-real
Restringindo a liberdade
De imprensa e de expressão
Causando iniquidade
A quem quer informação
Ressuscitando a censura
Enclausurando a cultura
Abortando a criação
Eis o que dizem da lei
Nove cinco zero quatro
Amiúde examinei
E digo que é, de fato,
Contra a Constituição
Os incisos em questão
Que causam espalhafato
E nós, como personagens
Do grupo S.T.F
(Samira, Tonha e Francisca)
-trabalhadoras sem chefe-
Temos que analisar
Decompondo até sangrar
Como Jack, o margarefe
Perquirindo ponto a ponto
Da insensatez da norma
Realizando o confronto
Entre conteúdo e forma
Havemos de afastar
O que pode atrapalhar
O que a jurisdiction informa
É isso mermo, muié
-sustenta Tonha, altiva-
Vamo metê a cuié
E liberá a saliva
Dá vez a opinião
E voz a escuiambação
Pois elas também tão viva
E o povo munto que aprende
Com uma boa piada
As vêiz a gente intende
Mais do que coisa ixpricada
E de séria, basta a vida
Explorada e oprimida
Curta e violentada
Além do mais já sabemo
Como são os procedê
Cum Ficha Limpa aprendemo
Ligêro dá parecê
Portanto eu merma insisto
Vamo dá um veredito
Pro Brasil rir a valê
Tu tens razão, companheira
-fala Francisca, sem medo-
E eu como jornaleira
Vou te contar um segredo:
O povo busca nas bancas
O que ficou na retranca
Das falas fora do enredo
Se o rádio e a tevê
Não podem falar de tudo
Só para não ofender
O político carrancudo
Então a lei o protege
E quando ele se elege
Dá um golpe bem graúdo
Por isso é importante
Em período eleitoral
Não permitir que o gigante
-que por lei é maioral-
Deixe calada a imprensa
Pois o ficha suja pensa
Que o riso sempre faz mal
Oxente! - exclama Toinha -
Mais nóiz temos que aguentá
Um monte de ladainha
E a ruma de blablablá
No horário eleitoral
E ninguém diz que faz mal
Nem tem lei pra impatá
E é cada piada horrive
Que num tem graça ninhuma
Tem uma que deusalive
A muié só faiz as zunha
Pra mode podê robá
E as mão limpa mostrá
Mais esta é só mais uma
E tombém tem um cumpade
Que já faz ano que mente
Anda abraçado c'os pade
E as véia tudo sem dente
Bejando minino pobe
Mais iscondendo seus lobi
Com otros tipo de gente
Purisso que eu prefiro
As piadas dos artista
Pruque com eles eu miro
Que todo riso dá pista
Do que tá acontecendo
E eu vô me convencendo
Do q'eu vô tirá da lista
Tombém num vejo pobrema
Nem mermo homilhação
Pois ridíclo é os esquema
Robalhêra e mensalão
Corrupição e ingodo
E toda a lama e o lodo
Que sai dessa podridão
Entendo sua revolta
-afirma Chica, serena-
Mas olhe a sua volta
Nem tudo é horror e pena
Um povo bem informado
Consciente e educado
Pode mudar o sistema
Ademais informação
Sem censura e sem corte
Já virou foi tradição
Em Juazeiro do Norte
Onde um Presidente coxo
Gritou: “tenho aquilo roxo”
E a imprensa pegou foi forte!
Daqueles tempos pra cá
- e essa é pra gente rir -
Juazeiro ''é o lugar''
Bom pra imprensa agir
Ali ninguém sofre nada
Nem sequestro, nem porrada
Nada disso tem ali
Toinha mangando diz:
Tô com tu e num arreganho
Pogrido como aprendiz
E nada mais eu estranho
Eu quero é fazê Justiça
Sem precisar da puliça
Batendo no meu rebanho
Francisca por sua vez
Sustenta com parcimônia:
Confesso só pra vocês
Que essa lei me envergonha
Eu adoro o CQC!
Amo o Pânico na TV!
Casseta e a Zorra medonha!
Então colegas, julguemos
-fala Samira, encantada-
E duma vez extirpemos
Esta regrinha enfezada
Concedamos liminar:
“Deixe o humor trabalhar”
E vamos dar gargalhadas
Tá feito, tá decidido
-declara Francisca então-
Os incisos estão falidos
(Viva a Constituição!)
É ''interpretação conforme''
Mando um abraço enorme
Pra Gentili e o Malandrão
Um beijo pra Hélio Peña
Cláudio, Marcelo e Mazzeo
Lúcio Mauro, quer 'vim' venha
Sabrina Sato - ih, fudeu!
Tiririca e Batoré
Pro blog ''o Caboré”
E o Cordelirando meu
Alô pra Tom Cavalcante
Chico Anísio e Jô Soares
E pra marinha mercante
-desbravadora de mares-
Peço bênção a Mussum
-eu também sou de Oxum-
E ando por outros ares
Saudação a Zacarias
Costinha e Macalé
Deus me dê muita alegria
Me fortaleça na fé
Que venha o carnaval
Que é constitucional
E exige samba no pé
E pra todos humoristas
Cartunistas e atores
Desenhistas e chargistas
Satiristas, gozadores
Palhaços e cordelistas
Bêbados e equilibristas
Vambora rir sem temores
E se vier candidato
Se sentindo ofendido
Querendo pagar o pato
-nosso prato preferido!-
Vamos dizer bem assim:
Cambada de gente ruim,
Nem Jesus foi protegido!
Afinal foi a ABERT
-diz Francisca incisiva-
Que pra não deixar inerte
E nem tão pouco à deriva
Retirou da pasmaceira
A Justiça brasileira
Propondo ação assertiva
Impetraram uma ADIN
-fala Samira agora -
Objetivando assim
Mandar a censura embora
E nós unanimemente
De maneira convincente
Decidimos sem demora
Eu, Tonha e Francisquinha
Agimos com rapidez
Era o que nos convinha
Pois chega o último mês
Da campanha eleitoral
Que só na reta final
Terá humor pro freguês
Tanto nossa liminar
Como a decisão final
Tenderá a resguardar
A lei constitucional
Que enquanto Lei Maior
-como disse minha avó-
Mata a cobra e mostra o pau
Calma, calma companheira
-diz Francisca intrometida-
Quero ser a mensageira
Da parte que não foi lida
Pois julgo interessante
Fazer súmula vinculante
Pois segue quem ama a vida:
Todo estudante e ministro
Desta igreja universal
-vão dizer: isto é sinistro!,
(quem manda vestir igual?)-
Deve rir um bocadinho
Nem que seja do povinho
Que faz cordel quebra-pau
Deve aprender que o povo
Também entende de lei
Não digo nada de novo
Porém que saiba o rei
Que precisamos de humor
De paz, saúde e amor
Mesmo sem ter happy day
Assim é a decisão
Publique-se no jornal
Humor traz outra visão
Pra formação cultural
Da plena cidadania
Que com certeza amplia
Nosso papel social
Samira diz, minha amiga
Agora chegou ao fim
Não busquemos mais intriga
Senão vai sobrar pra mim
Quero só mandar abraços
Fortalecendo meus laços
Com meus anjos querubins:
Saúdo os meus alunos
Amados do coração
Meus devotados insumos
Humanos de estimação
Carlos, Celso e Gilmar
Ellen, José e Cesar
Carmem, Marco e Ricardão!