Cordelirando...

sábado, 10 de abril de 2010

Salete Maria manda notícias do México em forma de poesia!


Sou uma alma pelejante,
encarnada e delirante
numa mulher que transita.
Sou uma quase visita
neste mundo abirobado,
sou um ser desmantelado
que se arrancha nos terreiros.
Vivo entre Juazeiro
e os pedregais de Xalapa.
Sou bolacha sete capas,
bandoleira sem destino.
Filha de um nordestino,
poetisa sem futuro.
Ando derrubando muro
e construindo utopias...
sou espírito que expia,
ser humano que gorjeia,
sou bonita e sou feia,
sou serena e agressiva,
eu escrevo esta missiva
para dizer que tô viva!
Dou um viva a Patativa
e ao índio véio Xamante.
Meu coração de estudante
eu ofereço ao Brasil.
À pátria que me pariu,
eu digo muito obrigado.
Aqui deixo meu recado
e peço a quem me ama
que ajeite nossa cama
porque em breve eu regresso.
A Deus eu peço sucesso
para seguir a jornada.
Minha filha adorada,
eu abençôo teus dias.
Tu es minha estrela guia,
meu tesouro, minha rima.
Tua mãe é a menina
dos olhos do Criador,
assim ''ela'' me chamou,
a mulher que me cativa,
vivo aqui à deriva,
caminhando meu caminho.
Recebam o meu carinho,
meu amor e a saudade.
Aqui fiz nova idade,
envelheço e renasço.
A tod@s o meu abraço
e também minha emoção.
Eis a minha oração,
meu amuleto da sorte.
Pra Juazeiro do Norte
remeto este refrão:
Que viva Frei Damião
e o povo do hip-hop!
Meu cordel é minha sorte.
E delirar é preciso.
Quando eu criar juízo,
talvez eu peça perdão.
Por ora, clamo em vão
o nome de Deus potente.
Ele é meu presidente,
meu camarada, meu guia.
Aqui minha romaria
é junto dos zapotecas,
na linguagem dos astecas,
do povo que admiro.
Mas breve farei um giro
e chego a Salvador.
Viva a aldeia nagô
e viva Dona Canô!
Agora sim, já me vou
e peço licença ao santo.
A vida é meu encanto.
São Jorge me livre e guarde.
Quem me odeia que me aguarde,
quem me ama que me espere.
Que meu anjo hoje me vele
e meu sonho seja leve.
Hasta la vista! Até breve!!!